Previsível
Nasci num 25 de dezembro e me batizaram de Natal. Estava predestinado ao previsível...
Tive uma infância normal e feliz. Percebi-me adolescente na primeira briga idiota, sem motivo, com meu irmão num 14 de julho.
Oito anos mais tarde, em 7 de setembro, saí da casa dos meus pais para dividir um apartamento com colegas. Havia juntado uma certa grana desde que começara, no ano anterior, a trabalhar em um escritório num dia 1o. de maio.
Tive minha primeira namorada de verdade ainda na casa de meus pais. Foi a mulher da minha vida. Começamos a namorar em 12 de junho e, quatro meses depois, em 12 de outubro, perdi a virgindade: deixei de ser moleque.
Vivi com ela por muito tempo. Casamos num mês de maio e o primeiro filho veio apressado no 1o. de janeiro seguinte.
Numa sexta-feira da Paixão ela me deixou. Três dias depois, estava de vida nova na casa de um bem-querer.
Quase enlouqueci! E, quinze dias depois, desesperado que estava, liguei suplicando que voltasse. Não reparei: era 1o. de abril.
No ano seguinte, depois do Carnaval, soube que estava grávida, quarta-feira de Cinzas.
Começou a quaresma e a minha depressão. Fui ficando melhor e, no domingo de Páscoa, era outro! Mas só até 21 de abril, quando a vi, barriga grande, bonita. Voltei para casa, coração estrangulado.Persisto assim, despedaçado. Já tentei juntar os cacos sem resultado. Hoje, agora, só uma coisa me vem à cabeça, mas são 23:55 e vou dormir. É 1o. de novembro e amanhã eu te falo. Ou não.
Tive uma infância normal e feliz. Percebi-me adolescente na primeira briga idiota, sem motivo, com meu irmão num 14 de julho.
Oito anos mais tarde, em 7 de setembro, saí da casa dos meus pais para dividir um apartamento com colegas. Havia juntado uma certa grana desde que começara, no ano anterior, a trabalhar em um escritório num dia 1o. de maio.
Tive minha primeira namorada de verdade ainda na casa de meus pais. Foi a mulher da minha vida. Começamos a namorar em 12 de junho e, quatro meses depois, em 12 de outubro, perdi a virgindade: deixei de ser moleque.
Vivi com ela por muito tempo. Casamos num mês de maio e o primeiro filho veio apressado no 1o. de janeiro seguinte.
Numa sexta-feira da Paixão ela me deixou. Três dias depois, estava de vida nova na casa de um bem-querer.
Quase enlouqueci! E, quinze dias depois, desesperado que estava, liguei suplicando que voltasse. Não reparei: era 1o. de abril.
No ano seguinte, depois do Carnaval, soube que estava grávida, quarta-feira de Cinzas.
Começou a quaresma e a minha depressão. Fui ficando melhor e, no domingo de Páscoa, era outro! Mas só até 21 de abril, quando a vi, barriga grande, bonita. Voltei para casa, coração estrangulado.Persisto assim, despedaçado. Já tentei juntar os cacos sem resultado. Hoje, agora, só uma coisa me vem à cabeça, mas são 23:55 e vou dormir. É 1o. de novembro e amanhã eu te falo. Ou não.