Ça n'est pas vrai!

1.7.10

Desnecessário

Sim, eu sou fraca, frágil e eu me machuco com uma facilidade imensa.

Não posso negar que ainda não doa, porque dói sim. Bastante. Mas se há algo que aprendi com o fato de ser fraca, é que os outros são mais fortes, se recompõem mais facilmente e, assim sendo, a minha dor aos outros incomoda.

Aprendi então a me metamorfosear e sigo o padrão seguido pelos demais. Se a dor é pequena, demonstro-a como se assim a minha também fosse; se as falas são lacônicas, fecho a boca e nada digo; se fogem de mim, me escondo dentro de mim mesma.

Eu não queria passar por isso mais uma vez; eu não precisava...

Mas sua indignação frente ao meu comportamento de não querer me machucar foram por mim compreendidos e neles você encontrou o meu apoio, o meu peito literalmente aberto e disposto a confortá-lo. E eu te pedi, não poucas vezes!, para não insistir.

Eu sabia que isso iria acontecer; eu sabia que eu iria chorar muito; ia me ver de novo sozinha.

Eu não precisava disso!

Depois de tudo, tornei-me uma estranha, do outro lado da rua.

De cor

É completamente dizível. Em palavras escritas ou faladas.

É um conceito já estruturado: sei-o de cor. Assim mesmo; redundante.

E é um pleonasmo dentro também de mim; um excesso que só quer transbordar.

Mas há que ficar preso.

Preso não por ser inefável: preso pela impossibilidade de que queira ouvir o interlocutor pretendido.