Perfeição
Via-se beleza dos pés à cabeça.
Nunca havia um único fio de cabelo fora do lugar. Os olhos amendoados, cor de mel, cílios espessos, longos e escuros. Maçãs do rosto bem desenhadas, altas. Rosto magro, corpo enxuto, pele lisa e macia.
Narcisa era bonita e sabia disso.
Andava nas ruas com ar imponente e cada vitrine lhe servia de espelho.
Sempre foi sinônimo de beleza onde quer que estivesse.
Sabia-se bonita e isso representava a ela mesma como o aval necessário pra inovar: vestia-se bem, com sofisticação e lançava moda no trabalho e entre as amigas e conhecidos.
Na mesa do bar, do restaurante, de um café, ou num bate-papo descomprometido num coffee break do trabalho contava sobre os livros, conjeturava idéias suas sobre filósofos, sociólogos. Mencionava o livro de física quântica que acabara de ler. Ao mesmo tempo, criticava a roupa que um novo rosto da TV aparecera ao seu lado na Fashion Week.
Se recebia ares de desprezo, fazia-se de blasé e entendia aqueles olhares como desejo de verem no espelho o que ela via: bonita, inteligente, culta, sofisticada.
Saía quase todas as noites. Ia a shoppings e salões de cabeleireiro com amigos e colegas fazendo as vezes de personal styler. Dava dicas de cosméticos novos, de como usar roupas e penteados.
Falava também sobre música e cinema e não raras vezes convidava um ou outro para uma apresentação de teatro, um show, uma exposição.
Atualmente, dispensa especial atenção a uma garota recém contratada em seu escritório: Irene é inteligente, esperta e bonita. Conversam muito, estão sempre juntas e Narcisa a aconselha em questões das mais diversas.
Irene até tem ficado mais bonita ainda, mais atraente.
Corre à boca pequena que uma é a versão mais nova da outra, mas ninguém quer dizer isso à Narcisa: temem deixá-la nervosa com a possibilidade de Irene tornar-se o centro das atenções.
Sozinha, em casa, Narcisa ri sozinha... Sabe bem que é impossível que outro alguém a ofusque. Diz para si mesma: “Charme, estilo e personalidade não se compram, não se vendem, nem se transmitem em conselhos. Mesmo que estes venham da fonte mais pura.”
Nunca havia um único fio de cabelo fora do lugar. Os olhos amendoados, cor de mel, cílios espessos, longos e escuros. Maçãs do rosto bem desenhadas, altas. Rosto magro, corpo enxuto, pele lisa e macia.
Narcisa era bonita e sabia disso.
Andava nas ruas com ar imponente e cada vitrine lhe servia de espelho.
Sempre foi sinônimo de beleza onde quer que estivesse.
Sabia-se bonita e isso representava a ela mesma como o aval necessário pra inovar: vestia-se bem, com sofisticação e lançava moda no trabalho e entre as amigas e conhecidos.
Na mesa do bar, do restaurante, de um café, ou num bate-papo descomprometido num coffee break do trabalho contava sobre os livros, conjeturava idéias suas sobre filósofos, sociólogos. Mencionava o livro de física quântica que acabara de ler. Ao mesmo tempo, criticava a roupa que um novo rosto da TV aparecera ao seu lado na Fashion Week.
Se recebia ares de desprezo, fazia-se de blasé e entendia aqueles olhares como desejo de verem no espelho o que ela via: bonita, inteligente, culta, sofisticada.
Saía quase todas as noites. Ia a shoppings e salões de cabeleireiro com amigos e colegas fazendo as vezes de personal styler. Dava dicas de cosméticos novos, de como usar roupas e penteados.
Falava também sobre música e cinema e não raras vezes convidava um ou outro para uma apresentação de teatro, um show, uma exposição.
Atualmente, dispensa especial atenção a uma garota recém contratada em seu escritório: Irene é inteligente, esperta e bonita. Conversam muito, estão sempre juntas e Narcisa a aconselha em questões das mais diversas.
Irene até tem ficado mais bonita ainda, mais atraente.
Corre à boca pequena que uma é a versão mais nova da outra, mas ninguém quer dizer isso à Narcisa: temem deixá-la nervosa com a possibilidade de Irene tornar-se o centro das atenções.
Sozinha, em casa, Narcisa ri sozinha... Sabe bem que é impossível que outro alguém a ofusque. Diz para si mesma: “Charme, estilo e personalidade não se compram, não se vendem, nem se transmitem em conselhos. Mesmo que estes venham da fonte mais pura.”
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