A quem possa interessar.
Esta é uma carta de amor.
Não será enviada a alguém em específico, mas, você, que agora a lê, terá certeza de estar à frente de uma história de amor. Não totalmente alegre, mas verdadeiramente feliz e sofrida, assim como o próprio amor.
Escrevi essas linhas na intenção de que, podendo e achando relevante, possa extrair algum exemplo disso aqui.
Escrevo para tentar dar vazão ao que carrego já há tanto tempo.
Escrevo na tentativa de entender a mim mesmo e um pequeno pedaço da minha história que me traz ainda tantas confusões.
Andei acabrunhado a vida toda. Conheci mulheres, me dei bem com umas, curti bons momentos, mas nunca senti o que me falaram ser a paixão.
Um dia, no sem querer da vida, conheci uma morena: nem bonita, nem feia. Gostei da conversa, do seu sorriso triste quase imperceptível no canto da boca. Não se mostrou interessada e isso despertou o meu interesse.
Pelejei, pelejei e consegui enfim.
Ela foi, devagar, mostrando-se minha a cada dia mais. Falava em casar, ter filhos, e eu, que nem pensava em tais coisas, fui me fazendo das vontades dela.
Aprendi a guardar dinheiro para coisas que ela achava necessárias. Comprei carro, mobiliei a casa, até louça nova comprei!
E fomos nos fazendo mais felizes. Falávamos um ao outro nossa felicidade, mas ela também estava nos olhos. E com esses olhos alegres, um dia ela chegou, no calor. Eu de bermudas. Sentou-se ao meu lado, passou as mãos pela minha perna, perguntou pela enésima vez sobre o dia em que perdi o jogo e ganhei os cinco pontos no tornozelo. Perguntou se havia doído. Eu nem mais lembrava, disse, mas era ver a cicatriz e sentir a indignação pela entrada feia das travas da chuteira do adversário na canela e a dor do corte aberto.
Fui buscar um pouco d’água para ela que suava. Não a encontrei na sala. Nem na varanda.
Nunca mais voltou.
Não levou nada: nem roupa, nem jóia, nem o jogo de jantar em porcelana que era o seu gosto. Só o meu sossego e o coração.
Não será enviada a alguém em específico, mas, você, que agora a lê, terá certeza de estar à frente de uma história de amor. Não totalmente alegre, mas verdadeiramente feliz e sofrida, assim como o próprio amor.
Escrevi essas linhas na intenção de que, podendo e achando relevante, possa extrair algum exemplo disso aqui.
Escrevo para tentar dar vazão ao que carrego já há tanto tempo.
Escrevo na tentativa de entender a mim mesmo e um pequeno pedaço da minha história que me traz ainda tantas confusões.
Andei acabrunhado a vida toda. Conheci mulheres, me dei bem com umas, curti bons momentos, mas nunca senti o que me falaram ser a paixão.
Um dia, no sem querer da vida, conheci uma morena: nem bonita, nem feia. Gostei da conversa, do seu sorriso triste quase imperceptível no canto da boca. Não se mostrou interessada e isso despertou o meu interesse.
Pelejei, pelejei e consegui enfim.
Ela foi, devagar, mostrando-se minha a cada dia mais. Falava em casar, ter filhos, e eu, que nem pensava em tais coisas, fui me fazendo das vontades dela.
Aprendi a guardar dinheiro para coisas que ela achava necessárias. Comprei carro, mobiliei a casa, até louça nova comprei!
E fomos nos fazendo mais felizes. Falávamos um ao outro nossa felicidade, mas ela também estava nos olhos. E com esses olhos alegres, um dia ela chegou, no calor. Eu de bermudas. Sentou-se ao meu lado, passou as mãos pela minha perna, perguntou pela enésima vez sobre o dia em que perdi o jogo e ganhei os cinco pontos no tornozelo. Perguntou se havia doído. Eu nem mais lembrava, disse, mas era ver a cicatriz e sentir a indignação pela entrada feia das travas da chuteira do adversário na canela e a dor do corte aberto.
Fui buscar um pouco d’água para ela que suava. Não a encontrei na sala. Nem na varanda.
Nunca mais voltou.
Não levou nada: nem roupa, nem jóia, nem o jogo de jantar em porcelana que era o seu gosto. Só o meu sossego e o coração.
1 Comments:
Lu
Como você escreve gostos...
Dá prazer ler e imaginar a cena, sentir a tristeza do personagem.
Até parece verdade né..
Beijos.
Até mais
Tia Lúcia
By Anônimo, at 11:02 PM
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