Sentidos
Dei agora para sentir o seu cheiro.
Dentro do carro, sozinho, na fila do banco, na padaria, no cinema, em casa.
Não o cheiro de seu perfume. O seu cheiro!
Aquele que me vinha de manhã, ao acordar; você ainda dormindo, ou só de olhos fechados, mão esquerda sob o rosto, pernas entrelaçadas; às vezes séria, outras, sorrindo.
Você ali, tão perto, que era impossível sair.
Dei pra ouvir sua voz, reconhecer seu timbre e imaginar, de novo, a textura das palavras pronunciadas.
Dei para te ver em toda menina pequena de cabelos lisos até os ombros. Em toda menina de olhos tristes na rua. Em toda mulher de saia rodada.
Dei para imaginar que você ainda está comigo. Dei para acreditar que é seu nome que vou ler quando o telefone tocar. Dei para pensar que ainda sou feliz.
Dei para pensar que ainda vivo.
Dentro do carro, sozinho, na fila do banco, na padaria, no cinema, em casa.
Não o cheiro de seu perfume. O seu cheiro!
Aquele que me vinha de manhã, ao acordar; você ainda dormindo, ou só de olhos fechados, mão esquerda sob o rosto, pernas entrelaçadas; às vezes séria, outras, sorrindo.
Você ali, tão perto, que era impossível sair.
Dei pra ouvir sua voz, reconhecer seu timbre e imaginar, de novo, a textura das palavras pronunciadas.
Dei para te ver em toda menina pequena de cabelos lisos até os ombros. Em toda menina de olhos tristes na rua. Em toda mulher de saia rodada.
Dei para imaginar que você ainda está comigo. Dei para acreditar que é seu nome que vou ler quando o telefone tocar. Dei para pensar que ainda sou feliz.
Dei para pensar que ainda vivo.